IndieU – Eu Fui!


Eu fui! Finalmente estive num Rock In Rio. A cada dois anos fazia a piada do “Eu não vou”, mas foi desta. Recordo-me que em 2008 escrevi um artigo para o Diário Insular sobre o festival. De como tinha sido emocionante segui-lo na TV. Entretanto já veio um RIR 2010, um em 2012, e por fim, este. Em comum com o de 2008, o facto de mais uma vez Linkin Park serem cabeças de cartaz de um dos dias.

Este ano estou pela “Metrópole” e decidi investir no que dizem ser o melhor dos festivais em Portugal. Tenho de concordar. Mas já chegamos lá.

Os planos para este Rock In Rio eram apenas de um dia. Tinha comprado bilhete apenas para dia 1 de Junho. Sim, queria ver Justin Timberlake, don’t judge! Mas um twist do destino quis que eu também fosse ao dia 31 de Maio. Dia esse que contava com Arcade Fire, Lorde, e Ed Sheeran. E foi este o dia que fez toda a diferença para mim.

Segui pela TV todos os dias, como faço em todas as edições. Isto de viver nas Ilhas não deixa grande margem de manobra. Acompanhei o outrora eufórico Robbie Williams, os enérgicos e nostálgicos Linkin Park, e um Steve Aoki de “partir a loiça toda”. Tinha curiosidade para os ver a todos. Até mesmo os “Stones” que acabei por não conseguir acompanhar.

Gostaria apenas de salientar que morri de inveja das pessoas que foram a Linkin Park. Houve lágrimas lá em casa ao ver o espectáculo. É um concerto que nunca desilude. A forma como conseguem tocar praticamente todo o seu repertório envolvendo todo o público é sempre bonito de se ver. Chorei! Quase… Para a próxima não falto. Apesar de já os ter visto na primeira edição do Alive não tenho a menor dúvida de que vale a pena ver de todas as vezes.

Agora falando do dia 31 de Maio, o meu primeiro dia no Rock In Rio. Cheguei ao recinto por volta das 18h30, e ainda consegui ver Capitão Fausto no Palco Vodafone, os meninos bonitos do novo rock Tuga. Muita energia, cigarros, e crowd surfing. Sonoridade excelente. Andei às voltas no recinto a descobrir “os cantos à casa”, a explorar e a absorver ao máximo o espirito do festival. No Palco Mundo já se ouviam os primeiros acordes do Tributo a António Variações, com participações de Deolinda e Linda Martini, entre outros. Depois de uma pequena pausa para aconchegar o estomago chega a primeira grande surpresa da noite, Ed Sheeran. Tudo o que conhecia deste senhor era o facto de ser um ruivo parecido com um personagem de Harry Potter, e que fazia umas músicas um bocadinho “pónhónhós”. Nada contra, gosto imenso do tema “Kiss Me”, que é “pónhónhó”, e que menino Ed fez questão de não tocar. BAH! Mais uma vez foi através das séries, neste caso a Anatomia de Grey que conheci este músico. O plot já deu o que tinha a dar mas a banda sonora continua a ser brutal. Apesar de ser só uma pessoa em palco, Sheeran soube preencher muito bem o vazio. Uma guitarra e uma Loop Station, e claro, a sua voz e presença, entretiveram os milhares que estavam nessa tarde no Parque da Bela Vista. Fiquei muito surpreendida com a quantidade de pessoas que conhecem e sabem as letras do cantor. Nunca pensei que fosse tão conhecido em Portugal. Queria deixar aqui esta nota, parabéns a quem pensou o conceito do espectáculo. Sheeran, fez-se acompanhar de 4 ecrãs grandes nas suas costas que mostravam diferentes planos do artista em palco. Quase nos esquecíamos de que aquele homem estava ali sozinho.

No Rock In Rio os horários são para cumprir, logo de seguida veio Lorde com toda a sua bizarra juventude. Um palco sombrio com apenas dois músicos a acompanhar, e uma luz branca a iluminar os elementos em palco, foi mais do que suficiente para nos hipnotizar durante a hora que se seguiu. Apesar de não ser a cantora mais fantástica deste mundo, o seu timbre peculiar, interpretação, persona, e acima de tudo as suas músicas deixaram-nos em transe durante todo o concerto. Um único senão é o facto de Lorde não ter uma banda recheada de músicos no suporte. Penso que com a dimensão que o seu percurso musical está a ter já se justificava mais live e menos sampling. Mesmo assim, foi fantástico.

O que se pode dizer dos Arcade Fire? Apesar de terem trazido apenas 47.500 pessoas ao penúltimo dia de Rock In Rio quem lá estava sabe que valeu a pena. Abriram com “Reflektor”, e com homenzinhos prateados a cruzar os céus da Bela Vista. Um show!

Segundo dia de RIR. As expectativas bem lá em cima para receber o novo Rei da Pop mas quem salvou as joias da coroa foi Jessie J. Não sou grande fã do seu trabalho mas seria hipócrita ao não reconhecer o vozeirão e o animal de palco que é esta menina. Que grande voz! Durante uma hora a cantora britânica pôs todo o Parque da Bela Vista aos saltos, cantou que se fartou, e apaixonou todos os presentes com a sua simpatia. Quanto a Justin Timberlake… Não vou dizer que foi mau porque não foi. Estava a espera de outra coisa. Mas foi memorável de qualquer das formas. Valeu bem o investimento. Pode não ser o melhor festival em Portugal mas é sem dúvida o que junta mais pessoas em torno de diferentes tipos de música. É um festival onde se vê desde netos a avós. É uma energia muito bonita.

E porque os festivais vão continuar a bombar Verão fora estou já a planear uma ida ao Super Bock Super Rock. Este ano os Metronomy, banda inglesa que já teve direito a um IndieU, vão estar em Portugal neste festival, e eu não posso deixar passar esse momento. Lá estarei!

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