IndieU: Underground Étnico Londrino


Para vos falar de Crystal Fighters terei obrigatoriamente de vos falar da minha primeira Maré de Agosto. É verdade, a minha primeira Maré foi no ano passado. Até então a oportunidade nunca tinha surgido, mas, como não acredito em coincidências, prefiro pensar que as coisas acontecem por um motivo, e o destino quis que eu conhecesse o som fantástico desta gente. Foi neste emblemático festival mariense que ouvi esta banda. Um espectáculo único como já não assistia há muito tempo.

O concerto segue o alinhamento do primeiro e único álbum da banda, pelo menos até agora. Os Crystal Fighters preparam-se para lançar, ainda este ano, um segundo trabalho, o que, para mim, é óptimo. Uma vez que estou, desde finais de Agosto, completamente vidrada em Star of Love, a curiosidade e expectativas estão bastante elevadas. Para este primeiro álbum, a banda inspirou-se numa ópera inacabada do avô de um dos membros do colectivo, Laure Stockley, e foi também assim que os Crystal Fighters tiveram contacto com a cultura musical do País Basco, pois o avô de Stockley era basco. A banda absorveu todo o conhecimento que o livro lhes deu e tomaram como sua missão terminar a ópera do senhor Stockley.

Mas, voltanto ao concerto na Maré de Agosto, devo dizer-vos que foi surreal. O primeiro tema do espectáculo, e do álbum, chama-se “Solar System”, e é de tal forma poderoso que só o consigo descrever com uma comparação a uma nave espacial a chegar à Terra, carregada com o underground londrino misturado com o etnicismo do País Basco. Temas como “Xtatic Truth”, “I do this everyday”, e “I Love London” remetem-nos para a cena punk dance londrina, enquanto faixas como “Plage”, “Folllow”, e a minha favorita, “Champion Sound” levam-nos até ao extremo Norte da Espanha, revisitanto o som típico do seu folclore. Este colectivo fez questão de incorporar instrumentos típicos da cultura basca, como é o caso da txalaparta, do dandolin, e do txistu, alguns deles conhecidos “de vista” mas aos quais não tinha conhecimento do nome, como é o caso da txalaparta, que é parecido com um xilofone de madeira mas  tocado por duas pessoas viradas cara a cara.

Ao vivo, este colectivo funciona muito bem. É um concerto energético e não podia deixar de o ser, com um frontman como Sebastian Bach, um hippie cigano on acid. Ficou o “bichinho”. Primeiro, espero impacientemente pelo segundo álbum, e, depois, por uma segunda oportunidade para ver e ouvir Crystal Fighters live. Quem sabe se não será novamente nos Açores?  Senhores dos festivais, bring them back!

 

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