Isabel Mesquita traz banda sonora para viagem a Santa Maria


Logo numa primeira escuta percebemos a toada eclética e multicultural do disco. Fruto da própria experiência da cantora mariense em projetos como Isabel Mesquita Quarteto, Gapura, Bossa Nossa e Iziblues. Os nomes são sugestivos. Projetos que vão desde ensemble blues (Iziblues) até à chamada “world music” (Gapura).

O álbum tem pitadas disto tudo, e ainda fado e tango como aliás é bem evidente na última faixa do disco: “Tango da Amargura”!
Gosto particularmente do tema “Ciclo Vicioso”. Tem um bom balanço, característica que partilha com o resto do disco. Está bem equilibrado e estruturado. De escuta leve e descontraída. Mesmo num ou outro momento, que nos leva para lugares comuns, a simplicidade da orquestração e o timbre de Isabel Mesquita tranquiliza-nos. Este disco é a versão musical de umas mini-férias em Santa Maria. Voltamos com baterias recarregadas!

Isabel canta ainda dois poemas de Natália Correia e um de Florbela Espanca, assim como colabora com dois marienses  “emprestados”: Daniel Gonçalves e Paulo Ramalho. A estes foram pedidos poemas para musicar, mas Paulo Ramalho escreveu “Um Amigo” de propósito para o disco. Os restantes temas saíram da pena da própria Isabel.

Correndo o risco de me repetir, Ilhéu é de facto um disco com uma série de estilos e influências. E tudo de forma tão natural e orgânica, que num mesmo tema podemos ter o sentimento de um fado com a intensidade de um tango, ou uma instrumentação mais latina com uma interpretação mais jazzística de Isabel.

Isabel Mesquita é mais um nome açoriano que a partir de agora terei mais atenção a seguir.

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Foto: Direitos Reservados

 

 

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