João Moniz vive dias agitados: amanhã está no Monte Verde e depois no Sudoeste | Entrevista


É mais um jovem açoriano a assinar canções em nome próprio. Nos próximos dias, João Moniz vai estar presente em dois grandes eventos musicais de verão: primeiro o Festival Monte Verde, em São Miguel, já amanhã, e dois dias depois no Sudoeste,  na Zambujeira do Mar. O tema “Saudade” deu-lhe a vitória no concurso “One Step 4 Music” e garantiu a oportunidade de viajar para o continente para mostrar a sua música. O Meia de Rock conversou com o músico sobre os próximos dias, e o que estas experiências podem trazer para o futuro.

João Moniz-18

Vêm aí dias agitados: concerto no Monte Verde no dia 8 – o festival com maior dimensão dos Açores – e dois dias depois no Sudoeste, um dos maiores do país. Estás a viver um sonho?

São acima de tudo duas excelentes oportunidades para mostrar o meu trabalho. Subir ao Palco do Monte Verde será sem dúvida um momento inesquecível pois é um festival que me diz muito como apreciador de música e presença assídua no festival! Acho que será o facto de fazer esta transição do público para o palco que me causará mais emoção e nervosismo. Sobre o Meo Sudoeste, ainda não estou ciente da dimensão do que me espera. Fui o vencedor da final do “One Step 4 Music Fest” que decorreu na Futurália (FIL), o que me permite atuar num dos maiores festivais do país, mas ainda estou sem saber o que sentir.

Que impacto esperas que estes concertos tenham no teu percurso? Vão aumentar a tua ambição?

Acima de tudo quero agarrar estas duas grandes oportunidades para mostrar o meu trabalho e dar o máximo para que as pessoas se interessem pelo que faço. Olho para estes dois concertos como uma forma de me pressionar a subir a fasquia às minhas prestações enquanto artista e compositor pois sem as pessoas, sem público, sem apreciadores, a música perde o seu sentido.

O que é tens preparado para estes espetáculos?

Serão dois espetáculos distintos, devido aos diferentes formatos. No dia 8 subirei ao Palco Ribeira Grande com os “The Daydreamers”, projecto que me acompanha desde 2018. Será um espetáculo com muita influência rock/grunge com temas originais e covers. No dia 10 de Agosto estarei a solo no Palco LG do Meo Sudoeste, ou seja, será um concerto mais intimista e com a estreia de mais temas originais.

Que espaço é que dás à música original e às covers no teu alinhamento?

Depende do formato do espetáculo, do local, do público, etc. No Monte Verde vamos apresentar 5 temas, incluindo a “Saudade” numa versão diferente da versão a solo. No Meo Sudoeste apresentarei 8 a 10 temas originais. Depende muito da energia e da adesão do público ao que é “novo”. Tem sido um trabalho constante sempre que me apresento a um público: dois covers, um original, dois covers, um original. E há momentos em que isto resulta tão bem que começam a pedir mais originais que covers.

No futuro, pretendes tocar apenas originais?

Penso que qualquer músico/compositor sonha um dia chegar a um palco e apresentar-se só com temas seus e ser aceite pelo público, pois os temas originais serão sempre o expoente máximo da expressão do artista, daí estar a fazer esta transição aos poucos. Mas muito sinceramente, há temas que não são meus mas considero meus, na medida em que me dizem muito, que mexem comigo quando os interpreto. Acho que acima de tudo devemos tocar o que nos faz exprimir o que sentimos.

Foi o tema “Saudade” que te deu a oportunidade de tocar no Sudoeste. Isso vai fazer-te apostar mais na escrita de canções em português?

Escrevo em inglês e em português já há muito tempo, aliás, tenho um tema no YouTube de nome “Perder” que na altura foi bem aceite por quem ouviu. No ano passado concorri à Masterclass da Antena 1/SPA com o tema “Vazio”, tendo sido selecionado para a Masterclass embora não tenha sido possível a minha participação. Como também tenho temas escritos em inglês como “Moment To Breathe”, “Sunshine”, etc. Acho que o processo de criação não pode ser forçado. Se começo a escrever em inglês, não posso falhar no fator principal: genuinidade.

O que é que tens planeado para os próximos tempos? Gravar mais temas? Tentar dar o salto para fora dos Açores?

Neste preciso momento, entre espetáculos, ensaios e processo de criação que é contínuo, estamos a trabalhar no meu primeiro EP que sairá em 2020 com o nome “Saudade”, pois o tema “Saudade” não apareceu de uma forma instantânea e sem ramificações. Sendo assim, apresentarei no EP 5 temas em português, a maioria dos temas com a insularidade como maior inspiração. O meu principal objetivo é vincar o meu nome na música Açoriana, o que vier de acréscimo será abordado como tenho feito nos últimos tempos: agarrar todas as oportunidades que aparecerem.

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