Os Koala apresentam-se como um projeto colaborativo resultante de uma parceria criativa e musical de amigos que possuem uma ligação inegável à música. O EP homónimo teve o seu nascimento no Porto e é o primeiro trabalho do coletivo. A banda é formada por Pedro Jeremias (voz/guitarra), Carlos Casaleiro (guitarra/programação) e Bruno Alvim (bateria) mas contou, igualmente, com inúmeras participações num disco que revela um som eclético e muito agradável de se ouvir.

De facto, o ecletismo é a palavra-chave deste trabalho de estreia o que não quer dizer que estamos perante um álbum composto por elementos divergentes ou sem um fio condutor. Não é, de todo, este o caso. Em Koala podemos encontrar elementos de pop (“Morning Blues”, “Disguise”), indie (“And I Would”), rock alternativo (“Reborn”, “Throne”) ou até mesmo post-rock (“…”) sem nunca perdermos o norte ou cansarmo-nos de ouvir uma e outra vez todos os temas do disco. Aqui são as melodias quem mais ordena e são elas que agarram o ouvinte ao longo dos seis temas que compõem o álbum e que fazem com que queiramos ligar o repeat. É, de fato, notável a capacidade da banda em criar um ambiente suave, melodioso e aprazível partilhado por todas as músicas.

Instrumentalmente não se pode dizer que esteé um álbum com aspirações desmedidas mas seria  igualmente injusto afirmar que estamos perante algo menos conseguido neste campo. Koala possui pormenores muito interessantes tais como o solo de guitarra em “And I Would” ou a excelente prestação de bateria em “Throne”. Ah, e já disse que o disco está repleto de melodias absolutamente deliciosas?

Em suma, Koala assume-se como uma boa estreia para uma banda que não tem medo de arriscar em fórmulas pré-concebidas e certamente não irá desiludir que seguir as mesmas pisadas e decidir ouvi-lo.