Medeiros/Lucas com novo disco no início de 2015


Acabam de gravar um disco e tocaram em Lisboa no passado fim-de-semana. Meia de Rock conversou com Pedro Lucas.

Depois de “O Experimentar Na M’Incomoda” e “2: Sagrado e Profano” voltas a colaborar com Carlos Medeiros num projecto que, desta vez, assume os vossos últimos nomes: Lucas/Medeiros. É a continuidade dos trabalhos anteriores ou é um novo caminho?
É uma metamorfose d’O Experimentar, uma continuidade orgânica mas com bastantes diferenças, não só sonoramente como conceptualmente. Há duas grandes diferenças, a primeira é que agora trabalhamos com música que compusemos (apesar de ainda irmos buscar os textos a outros autores), a segunda é que a electrónica passou a pano de fundo, este trabalho desenvolveu-se à volta da voz e da guitarra.

Que mais se pode já saber sobre o disco que está a ser gravado?
O disco acabou de ser gravado na última sexta-feira em Lisboa e agora segue-se uma fase mais técnica de mistura e masterização. Deverá estar pronto em Dezembro e será editado no primeiro trimestre de 2015. Tivemos duas semanas de gravações e contámos com a ajuda de muitos músicos. Temos um baterista/percussionista presente em quase todo o disco, o Ian Carlo Mendoza, e uma data de outros convidados que foram dar uma “mãozinha” neste ou naquele tema. O conceito do disco desenvolveu-se à volta da ideia de um D. Quixote marinheiro – viagens, aventuras, desventuras, males de amor no universo da marinhagem ao invés da cavalaria. As canções são quase todas originais e os textos são de autores que, à excepção do Miguel Cervantes, tiveram todos directa ou indirectamente ligados aos Açores. A capa do disco está a ser desenhada pelo Tiago Bom, que já tinha feito a capa do 2: Sagrado e Profano.

No passado fim-de-semana, tocaram no Musicbox, em Lisboa. Como é que surge este convite?
As pessoas ligadas ao MusicBox têm uma grande estima pelo Experimentar e têm-nos acarinhado ao longo de todo o percurso. O programador principal foi ver uma pequena apresentação que fizemos em Lisboa em Maio e o convite para tocar no Jameson Urban Routes surgiu na seguinte.

Como é que correu o concerto? 
Correu muito bem. Como se tratava de um festival com excelentes nomes acabámos por usufruir de uma sala praticamente cheia que não estava lá para nos ver mas que nos recebeu muitíssimo bem. E a crítica mais especializadas que tenho lido esta semana também só traz elogios.

 

Uma relação musical que tem dado frutos

A relação musical entre Pedro Lucas e Carlos Medeiros é relativamente recente, e a diferença de idades poderia fazer com que fosse uma relação ocasional e passageira. Mas a verdade é que, desde 2010 já trabalharam em conjunto em três discos: “O Experimentar Na M’Incomda”, “2: Sagrado e Profano, e o terceiro acaba de ser gravado. Pedro Lucas explica como conseguiu convencer Carlos Medeiros, que estava há anos afastado dos palcos, a participar nestes projectos: “Eu sou muito chato. De vez em quando, ainda por cima, sou persistente, o que só piora a coisa…”. Brevemente serão anunciados dois concertos nos Açores.

 

Fotografia © Nuno Carvalho

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