Monte Verde Festival: A crónica de alguém que não chegou a ir


Onde vai uma família, vai toda a gente. Essa é a minha filosofia no que toca a festivais. Um festival familiar é um festival  para todo os tipo de festivaleiros.  Rock in Rio e NOS Alive espelham bem esta filosofia, mas se formos ver a nível regional é evidente que a Maré de Agosto, onde se vêm famílias com presença assídua, é um exemplo a seguir.

A questão não é o cartaz. Falo de aspectos que se encontram na base da organização de um festival, que podem fazer toda a diferença entre um festival mediano e um grande festival. Acessibilidade, segurança e fiabilidade são as palavras chave.

O Monte Verde Festival espelha bem a desvalorização destes aspectos básicos e fundamentais. Bilheteiras únicas, esperas intermináveis, incumprimento de horários e a acessibilidade muito fraca vão contribuir para perderem público, e não só o público familiar.

Mesmo sabendo do fraco acesso e da insistência em não cumprir horários evidentes em edições anteriores, aventurei-me para ver o distinto TheLengendary Tigerman, o único artista que realmente me interessaria ver e ouvir. Meia hora de espera na bilheteira – e com a espera sem fim à vista – bastou para me levar de volta para Ponta Delgada.

É evidente a falta que fazia o Monte Verde no panorama dos Festivais de Verão dos Açores, e a capacidade de organizar algo diferente do que havia sido feito em S. Miguel com permanência é notável, mas a repetição de erros que perduram desde a primeira edição demonstra inexperiência e imaturidade na organização de um evento desta natureza.

É também claro que estes erros são de fácil resolução, sendo que em 2015 espero estar a escrever sobre  o regresso em peso do Monte Verde, sobre o seu fantástico cartaz e a sua evidente evolução.

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