O “Mar Aberto” entrou no Arco 8


Já lá vai uma semana. Ainda sinto um arrepio ao pensar naquele “Fado do Regresso”, com o bater de pé de Lucas, com a densa voz de Medeiros, com aquela intensidade toda, capaz de fazer tremer qualquer um. O “Navio” zarpou do Arco 8, mas já deixa saudades.

Os Açores cantados por Medeiros/Lucas aportaram no sítio perfeito, o mais cultural armazém piscatório da região, e trouxeram consigo um convidado muito especial – Tó Trips, um dos carismáticos Dead Combo. A presença subtil de Trips com a sua guitarra metálica deu um toque muito característico à apresentação do álbum de estreia do duo açoriano neste formato, “Mar Aberto”.

Durante cerca de uma hora, o público vibrou com um dos mais distintos projectos açorianos do momento, em que a tradição e a inovação dão as mãos e elevam a música tradicional açoriana a um nível nunca antes visto. Num ambiente intimista, luz baixa e um pequeno palco na galeria do arco 8, Carlos Medeiros e Pedro Lucas conseguiram tocar na alma do público, com canções que tanto identificam os Açores e os açorianos. O mar, o mar que tanto nos define é o elemento de ligação entre público e artistas, todos ilhéus.

No final, houve até tempo para um segundo encore não planeado, forçado pelas incessantes palmas vindas da plateia. “O vento precisa dos moinhos, o mar precisa dos navios, o Sol precisa das nuvens”… A cultura açoriana precisa de Carlos Medeiros e Pedro Lucas.

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Fotos: Carlos Melo

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