O melhor álbum de sempre em quatro curiosidades


Foi em 2017 que o melhor álbum de todos os tempos – sim, dizemo-lo sem pudor – fez cinquenta anos! Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band foi o oitavo álbum de estúdio dos The Beatles, editado a 1 de Junho de 1967, e liderou as tabelas do Reino Unido e Estados Unidos durante meses, recebeu distinções em todo o mundo e é aclamado por diversas publicações como um dos melhores de sempre. Mas há mais para saber sobre o mítico álbum – aqui ficam algumas curiosidades.

Jesus Cristo e Adolf Hitler quase entraram em Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band

Se há algo que inesquecível em Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band – para além da música, claro – é a sua magnífica capa. Jann Haworth e Peter Blake foram os seus criadores e arrecadaram um Grammy para melhor capa de álbum em 1967 com uma criação repleta de figuras famosas, adereços engraçados e referências interessantes. De Marilyn Monroe a Karl Marx, de Oscar Wilde a Bob Dylan, não faltam caras conhecidas a acompanhar os quatro magníficos Beatles e suas figuras de cera – sim, a capa até inclui figuras de cera dos próprios Beatles. Na verdade, faltam pelo menos duas caras que estiveram na eminência de figurarem na capa do álbum e à ultima da hora ficaram de fora – Jesus Cristo e Adolf Hitler.

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Behind the scenes da cessão fotográfica para a capa de Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band – © Diana Dors

O “fim” dos Beatles, a vida pseudo-normal de McCartney e o caminho aberto para Sgt. Peppers

Terminada a tour de 1966, os Beatles não eram mais os Beatles – pelo menos por algum tempo. Após o extremo sucesso da banda, concertos caóticos e reconhecimento imediato em qualquer ruela inglesa, os membros da banda decidiram tirar um tempo para si. John Lennon e George Harrison saíram do país em busca de projectos novos, Ringo Starr decidiu passar tempo com a família e Paul McCartney, cansado de ser uma superestrela, decidiu vestir um longo casaco, colocar um bigode falso e fazer uma viagem solitária como uma pessoa normal. Após o tempo de reflexão, os Beatles não viriam a actuar novamente ao vivo. A decisão abria caminho para criações de uma liberdade ímpar, apenas limitadas às capacidades do estúdio dois da Abbey Road Studios – estavam garantidas as condições para a criação do melhor álbum de sempre.

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The Beatles no estúdio dois da Abbey Road Studios – © Direitos Reservados

Um álbum não conceptual de inspirações mil

Será o melhor álbum de sempre conceptual? Nem por isso – mas nem por sombras deixa de ser um álbum para ouvir de fio a pavio. Há mesmo quem entenda que o álbum é conceptual, defendendo a ideia de representar uma actuação da Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band – a banda fictícia que substitui os The Beatles na capa do LP. Contudo, não será bem assim. John Lennon contradiz esta corrente e afirma que, apesar de funcionar com este conceito, grande parte das canções não foram com o objectivo de seguirem uma linha fixa. Prova disso mesmo é a rocambolesca inspiração para algumas faixas do disco. Como é possível John Lennon ter-se inspirado numa notícia sobre 4000 buracos nas estradas de Blackburn para escrever “A Day in The Life”? Ou um anúncio televisivo de cerais de pequeno almoço Corn Flakes da Kellogg’s estarem na origem de “Good Morning Good Morning”? Nunca saberemos – mas talvez por isso os The Beatles para sempre serão únicos.

Jimi Hendrix dá a honra de uma vida a Paul McCartney e George Harrison

Poucos dias depois da edição de Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band o inigualável Jimi Hendrix prometia um espectáculo inesquecível no Saville Theatre em Londres e Paul McCartney e George Harrison não poderiam faltar. Os primeiros acordes foram suficientes para perceberem que o mítico guitarrista abria o seu concerto com a primeira faixa do álbum recém editado – “uma das maiores honras da minha carreira”, diria McCartney.

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