O Verão parece ter acabado mas vem aí um festival escaldante


Neste verão, que  aliás, dá mostras de ter acabado prematuramente, ainda cabem alguns festivais. Um deles desafia a própria tendência climática destes últimos dias: o Azores Burning Summer. Prevê-se que seja realmente algo de “escaldante” para contrariar este “watering summer”!
Dias 30 e 31 todos os caminhos apontam para a Praia dos Moinhos, no Porto Formoso, e não é para menos: Salvador Sobral, Sara Tavares, Tcheka & Mario Laginha, Terrakota, Cais Sodré Funk Connection, e mais. Muito mais!
O Azores Burning Summer, além de festival musical é um exemplo a nível de sustentabilidade, ostentando por isso o título de eco-festival. Nada melhor do que boa música e um sentido de dever ambiental cumprido, com medidas que vão desde banir plásticos descartáveis, à redução de tráfego na zona, utilização de materiais biodegradáveis para servir as refeições ou mesmo a venda de água ao copo… reutilizável! Clap, Clap Clap, já merece o meu aplauso ainda antes da música ecoar pela baía dos Moinhos.
Nesta que já é a 5ª edição do Burning Summer, mantém-se a toada eclética que, aliás,  sempre caracterizou este eco-festival. Temos texturas jazzísticas com Salvador Sobral, e Tcheka & Mario Laginha (artigo abaixo). O primeiro já dispensa apresentações, e esta dupla merece muito atenção e respeito, não fosse metade da dupla o senhor Mário Laginha .
Num polo mais energético  temos o funk & soul dos Cais Sodré Funk Connections, e temos cor, vida e dança na sonoridade multicultural dos Terrakota (artigo abaixo). Dois concertos que prometem ser para a desbunda!
Não esquecer a eternamente jovem Sara Tavares, nome incontornável da cena musical lusófona. Dali só se pode esperar coisa boa.

 

A palete jazzística de Sobral, Tcheka & Laginha

Não foi escrito com esta intenção, mas, realmente, Sobral, Tcheka & Laginha, dá nome de trio. E que trio seria! Para já, parece que isso não vai acontecer, até porque sobem a palco em dias diferentes, no Azores Burning Summer. Mas, em comum, têm aquele toque jazzístico. Sim, Sobral é todo ‘jazz man’. É a sua escola. Tornou-se conhecido com o Festival da Eurovisão, que ganhou com todo o mérito, e como se confirmou nos anos seguintes, a sua vitória foi realmente um oásis no deserto. Dia 31 estará na areia, mas na areia da Praia dos Moinhos. Quanto à dupla Tcheka & Mario Laginha: conheceram-se na cidade da Praia, aquando de um espetáculo a solo do pianista português na capital de Cabo Verde. Têm percorrido vários palcos por cidades europeias com temas de ambos, com arranjos de Mário Laginha, o que explica o “jazzismo”.

Funk & Soul, Reggae & World

Outros dois projetos que estarão presentes no Azores Burning Summer que gostaria de destacar são Cais Sodré Funk Connection e Terrakota.
Terrakota promete um concerto como a sua música: vivo, exótico e ritmado, muito ritmado. Estes lisboetas embaixadores do gênero “Afro World Mestiço Explosion”, tal como eles próprios assumem, já por cá andam à 20 anos. Lisboa não é só fado sem dúvida, e Terrakota mostra-nos precisamente isso. Não fossemos nós próprios um melting pot de culturas que outrora açambarcamos. Por falar em Lisboa, os Cais do Sodré Funk Connection asseguram o soul power  para os festivaleiros. Eu perspectivo um gig intenso, com um groovalhão do caraças. Nunca escrevi tanto calão numa só frase, mas para descrever o que tenho escutado desta banda nestes últimos dias, só mesmo assim!

 

Fotografia: Contratempo

+ There are no comments

Add yours