Ornatos Violeta regressam para comemorar 20 anos de “O Monstro Precisa de Amigos”


Foi há 20 anos. Caramba! Era impossível ficar indiferente a “Ouvi Dizer”, um clássico instantâneo elevado a obra-prima com o contributo de Vítor Espadinha, com a sua voz grave e sentida. O primeiro contacto – e durante algum tempo, o único – foi através da televisão, quando em casa do meu avô só havia a RTP/Açores, e o Top + (lembram-se?) era programa de eleição. O disco – “O Monstro Precisa de Amigos” – só entrou para a coleção uns anos depois, primeiro uma cópia, e mais tarde o original comprado em segunda-mão. A propósito dos 20 anos do seu segundo – e último – álbum, os Ornatos Violeta anunciaram três concertos para 2019: Lisboa, Gaia e Faro, em julho e setembro. A banda volta, assim, aos palcos depois de uma surpreendente reunião em 2012 para uma série de concertos, que também passaram pelo Coliseu Micaelense.

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Uma história intensa, mas demasiado curta

Os Ornatos Violeta não viveram o tempo suficiente para se tornarem banais. Não viveram sequer o tempo suficiente para atingir o seu auge. A brevidade da existência, a criatividade e talento, e a incógnita sobre o que poderia ter trazido o futuro, conferiram à banda um estatuto de lenda. Um fenómeno que marcou uma época e que contribuiu muito para que uma geração rendida à música cantada em inglês considerasse que cantar em português pudesse, afinal, ser ‘fixe’. Os Ornatos Violeta representam também a banda ideal: aquela que é composta por um grupo de amigos. Consta, aliás, que o fim aconteceu precisamente para salvar a amizade, quando as relações pessoais ficaram saturadas por viverem todos juntos. Foi em 2002.

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