Prana cantam “O Amor e Outros Azares”


Há dias atrás, vasculhando o Spotify à procura de uma determinada banda portuguesa – cujo o nome continuo a não conseguir lembrar-me – o termo de pesquisa “naco” leva-me a “O Amor e Outros Azares”, disco de 2014 dos Prana. É caso para dizer que há ‘azares’ que vêm por bem.

Curioso, provo o “Naco” que me caiu no prato. Se os primeiros segundos não fossem já suficientes para me agarrar de imediato, os dois primeiros versos fariam o resto: “Não estou a pedir que te dispas, mas era bom que o teu vestido enfeitasse o chão”.

Com expectativas elevadas, deixo o “Naco” e entro pela “Porta”, tema que abre o disco. Surge outra peça de vestuário, mas mantém-se o nível de criatividade lírica: “A minha dignidade está de calças na mão”. É tão bom ouvir canções inteligentes, com humor e ironia em doses recomendadas, sem que deixem de ser emotivas.

“Da miscelânea de gostos e influências que tinham, foram moldando e esculpindo o som até se encontrarem”, lê-se na página de Facebook dos Prana. “O Amor e Outros Azares” mostra isso mesmo: influências muito distintas, mas todas de bom gosto, diga-se. A mais óbvia é Ornatos Violeta, banda que desbravou um caminho seguido por muitos. Não será, por isso, de estranhar a participação ao vivo, como convidado, de Elísio Donas, teclas dos Ornatos.

Entre o lançamento do primeiro EP “1”, em 2008, e este “O Amor e Outros Azares”, passando pelo álbum “Trapo Trapézio” (2011), os Prana deram passos de gigante na sua evolução e são já uma certeza da música nacional.

É inacreditável que uma banda com esta qualidade tenha apenas três datas confirmadas até Outubro…

Só não estarão nos melhores palcos em breve se muita gente estiver distraída. Demasiado distraída.

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