Qualquer adolescente queria “Tragic Kingdom”


Às vezes penso que a década de 90 foi madrasta para a história do Rock. Houve muitos movimentos paralelos e muitos estilos alternativos. Mas também houve grandes momentos que vale a pena relembrar.

Um destes momentos aconteceu em 1995. Trata-se do lançamento de “Tragic Kingdom” dos norte-americanos No Doubt.

Alicerçados na voz e imagem de Gwen Stefani, os No Doubt, inicialmente uma banda Ska, gradualmente transitam para uma mistura de registos como Pós-Grunge, com reminiscencias de Ska, pitadas de Punk e o tal alternativo, ou Indie.

“Tragic Kingdom” capta toda esta essência. E a isso junta-se a energia e juventude da banda. Gwen Stefani viria a tornar-se um ícone da cultura pop/rock, mas a sua inocência, a inocência da banda, na altura, reflete-se num álbum genuíno. Os próprios singles, como “Spiderwebs” e “Just a Girl” eram autênticos, nada de produtos para as massas.

Curiosamente, à parte de tanta energia, foi a balada “Don’t Speak” que catapultou a banda para o estrelato. Geralmente, não sou muito amante de “hit singles”. Esgotam-se facilmente. Mas, mais uma vez, trata-se de um tema autêntico, tanto é que só quase um ano depois se veio a tornar single.

Aconselho também a ouvirem “Sunday Morning”, tema muito bem construído e executado, aliás, como a generalidade do álbum. Nem se nota que demorou cerca de 2 anos a ser gravado, tal é a consistência entre as músicas.

“Tragic Kingdom” era um daqueles álbuns que qualquer adolescente fazia questão de ter. Bem produzido, com uma sonoridade fantástica e ainda hoje atual. Tem alguns temas mais fortes que outros, naturalmente, mas vale a pena ouvir o álbum na totalidade.

Acima de tudo é um marco do que foi ser adolescente antes de Justin Bieber.

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