Recorde “The Great Escape” que marcou o Brit Pop dos Blur


Se os Oasis tiveram o seu “(What’s the Story) Morning Glory?”, os Blur tiveram “The Great Escape” (1995). Curiosamente, ambos sucederam dois outros grandes álbuns, “Parklife” (1994) dos Blur e o álbum de estreia dos Oasis,  “Definitely Maybe”.
O álbum começa com a guitarra crua de Graham Coxon num mini diálogo com o sintetizador de Damon Albarn para arrancar com “Stereotypes”. É impressionante como, em dois segundos, os Blur nos conseguem dar uma antevisão do que será o resto do álbum. Não sendo o melhor tema do disco, é sem dúvida a melhor escolha para o seu começo.
No rol de “personalidades” de “The great Escape”, temos ainda o “Charmless Man” e o milionário que se refugia na sua “Country House”. Estes dois singles foram o meu primeiro contacto com o álbum. Aliás, “Country House” foi o meu primeiro contacto com Blur. Não se lembram do vídeo com o porquinho e o homem de chapéu-de-côco? Puro anos noventa. Puro Bri t Pop.
É um álbum equilibrado e heterogéneo, não é daqueles que têm duas ou três músicas e o resto é “copy/paste”.
Não vamos ouvir solos frenéticos de guitarras, nem nada que se pareça. Isto é Blur, não é Led Zeppelin. No entanto, para o que é “exigido”, são muito competentes. Uma batida assertiva, um trabalho criativo nas guitarras, bons arranjos e boa produção. Em relação a Alex James, bem, sempre tive uma admiração pelo trabalho da guitarra-baixo dos Blur. Com o devido respeito pelas lides vocais de Damon, mas acho que este é o elemento que, não sobressaindo, é a cola que une os Blur.
Em suma, são 15 temas centrados na descrição de personagens e estereótipos sociais, tema, aliás, recorrente em Blur desde “Modern Life is a Rubish” (1993). Vendo assim, até faz sentido começar com “Stereotypes”.
Além dos já referidos temas, aconselho a dar uma “vista de ouvidos” em “Top Man”, que é ‘naughty by nature’, ou “Fade Away” que retrata o desaparecimento de um indivíduo após o casamento. Gosto particularmente do contraste da letra sombria com a música algo carnavalesca. O tema “Ernold Same”,  que além de estereotipar as pessoas monótonas, parece-me uma pequena homenagem a Pink Floyd (“Arnold Layne”?).
“The Great Escape” é uma espécie continuação de  “Parklife”, que por sua vez é a de “Modern Life is a Rubish”. Aliás, os três álbuns são vistos mesmo como uma trilogia. A própria banda ainda tentou incluir a palavra “life” no título, mas sem sucesso. •

 

Década de 90 foi período muito activo

Nos doze anos que passaram entre o lançamento do disco de estreia e o seu último álbum de estúdio, os Blur tiveram uma vida, no mínimo, agitada. Depois veio um longo período de travessia no deserto, com a saída do guitarrista Graham Coxon. A banda voltaria a subir a palco apenas em 2008, e embora não esteja prevista a edição de qualquer novo trabalho de originais, parece que os Blur vieram para ficar.

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