Regresso à “Valsa dos Detetives” de 1989


No seguimento do meu último artigo, recuperei outro álbum dos GNR. Aqui, entre nós, que ninguém nos lê, a escolha não foi aleatória. Eu fiz batota: ouvi primeiro, para escolher o álbum que ia ouvir.

Após esse “Um Dó Li Tá” manipulado, “calhou-me” o “Valsa dos Detetives”. De 1989, é o quinto álbum de estúdio dos GNR (sexto, se considerarmos o máxi single “Video Maria”). Sucede a “Psicopátria” e antecede “Rock in Rio Douro”. Dois grande álbuns. E este?

O guitarrista e fundador Alexandre Soares deu lugar a Zézé Garcia (ex-Mler if Dada) que aí ficou até meados dos anos 90. Isso influenciou a sonoridade da banda durante esse período, que se tornou assumidamente mais “rockeira” e menos experimental.

Mal o disco começa a rodar, levamos com o single “Morte ao Sol”. Ouve-se logo uma banda mais polida, neste que é um dos temas mais icónicos da banda, enquanto Reininho declara morte ao sol.

Seguidamente segue-se o tema homónimo do álbum, um ‘must have’ ao vivo, e nos ‘best of’! Assim como “Impressões Digitais”. “Sinto depressão conforme perco tempo essencial / Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal”. É dos álbuns liricamente mais bem conseguidos da banda.

Mas não é só Reininho que brilha: Romão tem das melhores linhas de baixo do catálogo dos GNR neste disco: o início de “(Um Chamado) Desejo Eléctrico” é delicioso e viciante.  Assim como o baixo em “Dama ou Tigre”. Este tema, aliás, bem podia constar de uma versão portuguesa do 007.

O maior experimentalismo está em “Jardim D’ala/Walkin”. Uma espécie de “The Police+Polka+Arabian”.

É fácil falar, quase 30 anos depois, mas… eu aponto este como um dos álbuns mais fortes dos portuenses, a par de “Popless”, que chegou 11 anos depois.

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