Salto regressam em grande com “Passeio das Virtudes”


Quatro anos – sim já passaram quatro anos – depois do álbum de estreia tão bem recebido pela crítica, os Salto estão de volta com um som que parece ter maturado em barrica de carvalho e que nos chega com vigor acrescido, encorpado com incursões malucas das cordas e sintetizadores, sempre apoiados por uma bateria irreverente, mas com qualquer coisa de especial. Algo de orgânico, que vem de dentro e onde não há caminhos proibidos, onde a criatividade é que manda.

O álbum de estreia da banda portuense, produzido ainda com os Salto em formato duo, é um trabalho mais directo. Luís Montenegro descreve-o como um “um disco mais cru e mais intenso”, produzido por camadas e com recurso à “sobreposição de instrumentos”. O músico chega a referir que nos concertos estava mais concentrado nos seu próprio instrumento do que em aproveitar a música. O novo trabalho pedia algo mais.

A carta branca para a criatividade no “Passeio das Virtudes” trouxe-nos uns Salto que são qualquer coisa como uma espécie de uma mistura de Tame Impala com     Os Capitães da Areia. O rock psicadélico dá a mão à synthpop, acompanhado por versos em português e ainda com uns pozinhos de funk. Algo verdadeiramente novo, verdadeiramente fresco, verdadeiramente memorável.

As diferenças em relação ao álbum de estreia seriam minimamente previsíveis, já que houve uma transformação do duo em quarteto com a adição Filipe Louro no baixo e Tito Romão na bateria, mas o resultado final é transcendente – a verdadeira afirmação dos Salto no plano da música Portuguesa. Os Salto já não são apenas mais uns putos fixes a fazer pop, agora os Salto são simplesmente os Salto.

Oiça o álbum completo em streaming aqui.

+ There are no comments

Add yours