Souq – At La Brava – Volume Two Of Red Desert Saga


Eis que Portugal ganha uma nova coqueluche musical de seu nome Souq. A contundência da frase anterior não deve ser levada de ânimo leve pois é inegável a qualidade demonstrada no álbum de estreia deste coletivo Aveirense formado em 2009. At La Brava – Volume Two Of Red Desert Saga é uma verdadeira salada russa musical onde cabem géneros tão díspares como o blues, jazz, rock progressivo ou até mesmo psicadélico, servidos numa embalagem reforçada com muita atitude, mestria e ecletismo.

O primeiro vídeo retirado do álbum, referente à faixa “Desert Snake Catcher”, já foi lançado e consegue transmitir um pouco da dinâmica e força contida neste primeiro longa-duração do conjunto. Pegando nas palavras de apresentação da banda, estamos perante “um som que é sempre dinâmico e contundente, como se Captain Beefheart tocava músicas de Dave Brubeck com Black Sabbath como uma banda de apoio”. Tamanha faceta é conseguida através de um sexteto formado por Bruno Barreto (baixo), Bruno Tavares (voz), Jorge loura (guitarra e voz), Jorge Oliveira (bateria e percussão), Paulo Gravato (saxofones) e Rui Bandeira (trombone). Juntos criaram um álbum concetual que se apresenta como o “início de uma saga na cidade da terra vermelha, escondida no meio do deserto” a qual tem como personagem principal Karen Meelas, caracterizada pelo seu poder de sedução e frieza, que procura vingar a morte do seu pai e despojar The Big Boss do poder da cidade e da corrupção e decadência por ele criados em La Brava. A história é contada por uma voz poderosa sustentada por um som complexamente simples debitado por uma instrumentalização cativante e incisiva.

Atrevo-me a afirmar que os Souq conseguiram integrar em At La Brava – Volume Two Of Red Desert Saga todos os ingredientes que fazem deste álbum um dos mais bem conseguidos e versáteis produzidos em Portugal nos últimos anos. Exagero? Nem por sombras. Os Souq demonstram logo na estreia que estão destinados a altos voos e que, provavelmente, Portugal será pequeno demais para o talento aqui vinculado. Espero que não sejam esquecidos mas sim acarinhados pois são bandas como esta que quebram barreiras e elevam a qualidade do panorama musical português. Absolutamente imperdível.

 

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