“Thick as Thieves” está repleto de verdadeiros hinos pop


Os australianos The Temper Trap estão de volta com o lançamento do terceiro álbum da banda intitulado “Thick as Thieves”. Estiveram de volta também a Portugal onde atuaram no palco do Super Bock Super Rock a 14 de julho.

Em Thick as Thieves a banda revela-nos um conjunto de canções sofisticadas e capazes de nos levantar o ânimo. Neste terceiro disco, The Temper Trap capturam e reinventam o que de melhor teve a estreia Conditions em 2009. A banda está talhada para grandes hits através de um som pop-rock com algumas incursões electrónicas mas sem nunca perder aquele toque “doce” característico do pop-rock. Para isto contribuíram certamente a coprodução a cargo da dupla Pascal Gabriel (Marina and the Diamonds, Goldfrapp) e Damian Taylor (the Killers, Björk).

O disco é composto por 14 faixas, todas elas com potencial para levarem o carimbo de “sucesso”. Após a saída do guitarrista Lorenzo Sillito, o teclista Joseph Greer acumulou a função de guitarrista. As melodias épicas saídas da sua guitarra remetem-nos indissociavelmente para a mesma palavra: U2. Sim, há aqui muito potencial, de facto. O timbre característico e os falsetos perfeitos de Dougy Mandagi também se fazem ouvir e relembram-nos o quão poderosa e emotiva pode ser a sua voz. O vocalista usa e abusa do seu arsenal vocal em faixas como a enérgica “Burn” ou a ‘groovy’ “Alive”.

Apesar da alteração no seio da banda, continuaram o trilho feito até aqui, explorando uma sonoridade robusta e composta por verdadeiros hinos pop. Neste lançamento assistimos, também, a um aprofundar sonoro através do uso mais sistemático dos sintetizadores, responsáveis por atmosferas à anos 80, como em “Riverina”, ou na baladesca “Lost” que nos traz à cabeça “Sweet Disposition”, provavelmente o maior sucesso da banda até hoje.

Não deixa de ser verdade que a banda conseguiu, de certa forma, alargar e aprimorar o seu som mas também não deixa de ser verdade o facto que assiste-se em “Thick as Thieves” a um abandono do maior experimentalismo patente no  último álbum da banda a favor de um retorno ao som pop-rock do primeiro disco onde a voz e as guitarras brilham mais que tudo o resto. Não é por acaso que estes australianos são já considerados pela crítica especializada como um dos grupos com maior potencial a alcançar patamares associados aos já mencionados U2 ou aos Arctic Monkeys, por exemplo. Está tudo dito não está?

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Uma banda com carimbo de sucesso

The Temper Trap formaram-se em 2005, na área de Melbourne. Como prémios, destacam-se os recebidos entre 2009 e 2013, com realce para os onze ARIA Music Awards partilhados, quase exclusivamente, entre a música “Sweet Disposition” e ao álbum da qual faz parte, “Conditions” de 2009. No seu catálago possuem, igualmente, oito ‘singles’ de platina, um de ouro e três álbuns de estúdio: “Conditions” (2009), “Temper Trap” (2012) e “Thick as Thieves” (2016).

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