Tremor: Quem? O quê? Onde? Quando?


É dia grande de Tremor. Como tem sido habitual, o Meia de Rock deixa aqui uma proposta de roteiro. Arranque esta página do jornal – se estiver a ler num café talvez seja melhor optar por tirar uma fotografia com o telemóvel – para estar a par do que está a acontecer durante toda a tarde, até de madrugada. Se, por outro lado, está a ler este artigo na nossa edição online, marque já esta página como favorito. Como sempre, vai ter que fazer escolhas. Faz parte do Tremor.

Trans Van Santos | 18h00 | Londrina Os manequins desta loja de roupa masculina situada no coração de Ponta Delgada são assíduos espetadores do Tremor, desde a primeira edição. Desta vez terão oportunidade de assistir ao concerto de Trans Van Santos, um norte-americano descendente de açorianos – de Santa Maria e São Jorge – que transporta a língua portuguesa – com um sotaque peculiar – para uma folk etérea, pausada e contemplativa. É pouco provável que os manequins da Londrina consigam aplaudir. Por isso a sua presença é fundamental.

 

Haley Heynderickx | 18h15 | Igreja do Colégio É comum deixar-se o melhor para o fim. Mas “o melhor” é sempre relativo, e para mim, o melhor deste Tremor chega com a simplicidade e a sinceridade da música folk desta norte-americana que com o lançamento do seu álbum de estreia – “I Need to Start a Garden” –, há um ano, foi aclamada pela crítica. Com o cenário e a acústica da Igreja do Colégio, as flores do jardim de Haley Heynderickx vão espalhar o seu perfume doce.

David Bruno apresenta: Concerto-Bingo com comes e bebes e Balada Brassado | 19h00 às 21h00 | Solar da GraçaNão sei bem o que esperar disto. Mas tenho a certeza que valerá a pena dar lá um pulo para matar a curiosidade. Até porque parece que haverá bingo e “comes e bebes”. E humor, concerteza. Balada Brassado – o raper rural de São Miguel – recebe o cantor romântico David Bruno. Duas personagens que recorrem a esterótipos para fazer rir através da música.

Hailu Mergia | 19h45 | Teatro Micaelense A história de Hailu Mergia merece ser contada. Nos anos 80, este virtuoso músico etíope liderou um movimento musical que fundia funk, jazz e música tradicional etíope, mas a vida empurrou-o para a emigração nos EUA, e colocou as suas mãos ao volante de um taxi em Washington. Trinta anos depois, em 2013, Hailu Mergia deixa o volante do taxi e volta a colocá-las sobre um acordeão e outros teclados. Concerto imperdível para os amantes de jazz.

Maria Beraldo | 20h30 | Ateneu Comercial de Ponta Delgada Música eletrónica experimental, com mensagem, a desafiar mentalidades mais empedernidas na defesa da liberdade individual, particularmente no que diz respeito à orientação sexual.

Bulimundo | 21h30 | Coliseu Micaelense Reza a história – que é como quem diz ‘está na wikipedia’ – que “o funaná surgiu quando, numa tentativa de aculturação, o acordeão teria sido introduzido na ilha de Santiago no início do século XX, para que a população aprendesse géneros musicais portugueses. O resultado, no entanto, teria sido completamente diferente: seria a criação de um género novo e genuíno”. É este género festivo e dançante, imediatamente identificável como sonoridade africana, que os Bulimundo vão trazer ao Tremor. A banda foi pioneira na modernização deste género musical, através da introdução de instrumentos eletrificados. Estiveram parados 10 anos, mas vão mostrar que ainda têm muita ginga. Promete ser o concerto mais festivo do Tremor. Leve alguém para para dar um pézinho de dança bem apertadinho.

ZA! | 22h30 | Garagem Antigo Varela É o regresso de uma banda que marcou o Tremor de 2015 com uma atuação memorável no Solar da Graça. Com duas letrinhas apenas e um ponto de exclamação, se escreve o nome de uma banda onde tudo cabe, de ‘Z’ a ‘A’. Rock, eletrónica, free jazz, energia, energia, energia… e mais energia.

Free Love | 00h30 | Garagem Antigo Varela “Tremor é amor”. A frase começa a espalhar-se e a afirmar-se como slogan informal do festival. A provar que o Tremor é especial está o facto de haver mais um regresso. O nome é outro, mas o homem e a mulher que vão estar aos comandos da música são os mesmos. Em 2016 estes escoceses estiveram em São Miguel enquanto Happy Meals. Regressam agora como Free Love. Música disco com sonoridade europeia, com resquícios de Jean-Michel Jarre, e não só porque, de vez em quando, cantam em francês.

A festa continua depois no Arco 8, com Jay Mitta e La Flama Blanca feat. Zéfyre, até nascer o sol.

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Foto: © Hailu Mergia // Direitos Reservados

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